segunda-feira, 31 de julho de 2017

CORUCHE CORK TRAIL – 13K – 09.04.2017


O primeiro Trail que fiz foi bastante doloroso para a minha pessoa, por outro lado deu-me um enorme prazer, percorrer distância sem dar prioridade a correr sem parar, mas simplesmente fazê-lo!
Foi das coisas que sempre me custou muito a lidar, continuo na luta comigo mesma nesse sentido, desvalorizando-me se páro nem que seja por 1 minuto, como se fosse desonesto e deixasse de ter importância o facto de ter terminado 10k, 15k ou 20k… Os trilhos têm-me ajudado muito a mudar isso na minha cabeça, primeiro porque tenho visto e conhecido pessoas que fazem trilhos e me dizem que é normal fazer partes a andar, conheci inclusive uma asmática que faz bastantes partes a andar e ainda assim é capaz de andar ai a fazer trilhos de 40k, mesmo que precise de demorar 7 ou 8 horas.
Dito tudo isto, lá fui eu para uma nova aventura com o prometido de almoçar em Almeirim para uma típica sopa da pedra. Eu faço os trilhos curtos e o pai faz os médios ou longos, assim como eu sou uma lesma o trilho é mais curto e ele não tem que esperar por mim e eu normalmente também não espero muito tempo por ele.

Como sempre, o primeiro quilómetro parece-me sempre incrível e que a altimetria vai ser nula. Primeira barreira. Uma subida absurda de areia! Nem queria acreditar, quase parecia um muro, para não falar que sendo areia subir requer o dobro do esforço tendo em conta que me vou enterrando.
Passado o primeiro obstáculo, lá fui ganhando força para continuar a prova, uns quantos altos e baixos mas eu tentei dar o meu melhor, parei muitas vezes, havia subidas parvas. Não gosto de subidas. Com o decorrer da prova fui recuperando e lá ultrapassei umas quantas pessoas, por dada altura estava sozinha, quando chegava a zonas amplas onde podia ver metros do percurso, visualizava outros, mas se estivesse no meio dos trilhos com árvores e vegetação estava completamente abandonada.

Dei com uma zona pantanosa, tinha recuperado bastante mas aquela parte atrapalhou-me, tentei mandar-me mais para o lado direito onde o chão estava mais firme, no início safei-me, entretanto quando coloco novamente o pé no chão enterrei-me em lama e fiquei presa nas silvas, parte da t-shirt e um pouco do braço, nisto outros corredores começaram a “apanhar-me”, mal me safei dessas silvas, continuei pela lama, meio desequilibrada e quando chego a terra firme,… areia… Ou seja, toda a lama que trazia nas sapatilhas ficou versão croquete com a areia, da subida… Sempre uma animação estes trilhos.

Controlo do chip ao passar numa casinha de madeira e depois da experiência em Monsaraz gritei o número do meu dorsal tipo 3 vezes, do outro lado da casinha havia um chuveiro para nos refrescarmos, molhei as mãos, braços e a cara, sabe-me sempre nesses sítios do corpo.
Continuei o meu caminho e por esta altura começava a ficar cansada e entediada, mas o percurso decidiu tornar-se mais técnico e começávamos a amontoar-nos outra vez, já não ia só, tinha sempre alguém à minha frente e alguém à minha perna.

(obrigado ao autor da foto)

Multidão! Parados! Mas que raio… Era uma parte técnica, uma descida que aparentava ser complicada, à minha frente torciam narizes, as miúdas não queriam… Estava a ficar assustada. Era mais drama do que outra coisa, sim era mais técnico mas havia sempre um local para por o pé. Continuando. Mas uma descida aqui outra ali. Um troço mais manhoso por não ter grande margem de manobra ou vai-se lá parar abaixo, e heis que um senhor do staff/fotografo dá força à malta, que não há anda a temer e ninguém até á data caiu.

Pronto! Caí!

Não posso ouvir nada, tive logo que espalhar charme!
Culpo o senhor do staff só para que saibam.

Não via hora de acabar, estava cansada, estava imenso calor,  cruzei o último abastecimento e limitei-me a mandar um copo de água para a cara e segui, já só queria acabar. Nesta altura tive sempre uma companheira, não sei o nome dela, estava de azul e andávamos ali sempre à roda uma da outra, sofríamos juntas nas subidas que pensávamos já terem acabado, corríamos na mesma altura e já trocávamos uma ou outra palavra de encorajamento.

Subidinha linda para acabar em grande estilo, só que eu dispensava essa entrada em grande estilo, podia muito bem ser a direito ou melhor ainda a descer! Só me apetecia parar, mas depois pensava Vá são 100 metros mostra lá como és capaz! Assim foi! 12,6 km!






Queria ir tomar banho, queria comer, queria descalçar-me… mas o pai podia estar a chegar. Petisquei umas coisitas que eles tinham para lá, saquei uma garrafa de água e fui sentar-me lá no passeio junto à meta!

Uma vez mais lá estava eu pronta para lhe tirar umas fotos! Grande pai!


M.